sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Vamos entender de uma vez por todas o que é Flat Top Dot

Prezado amigo leitor, a tecnologia Flat Top Dot veio para ficar e não resta a menor dúvida. No entanto há muita confusão e as pessoas em geral não tem uma clara ideia do que os fabricantes oferecem e muitas vezes nem sequer sabem exatamente o que é isso. Então, minha proposta aqui é desmistificar esse assunto da maneira mais didática possível para que você (se ainda não entendeu a tecnologia) possa compreender e talvez tomar decisões sábias sobre isso.

Em primeiro lugar precisamos entender o que é Top Flat Dot ou Ponto com Topo Plano é a teconologia que deixa a superfície plana no topo do ponto. Acontece que a cópia digital como nós conhecemos, deixa os pontos especialmente nas áreas de mínima porcentagem com formato de "bala de revólver" ou arredondado (Fig.01). Em todos os casos elimina-se a bump curve.

Fig.01 - O topo dos pontos na cópia digital é arredondado
Esse formato arredondado tende a dificultar a dosagem da tinta sobre o ponto. Daí, as empresas desenvolvedoras de fotopolímeros buscaram soluções para isso. O que precisamos entender é qual a causa disso, ou seja, porquê o ponto fica arredondado. Curiosamente, quando a cópia era feita com fotolito negativo (do tipo COD4, lembra?) e chamávamos de cópia análoga, o topo do ponto era do tipo flat (fig.02).
Fig.02 - Note que na cópia análoga (fotolito) o topo do ponto é flat. O processo digital, embora melhorou muito a qualidade, perdeu o formato flat.

Isso ocorre porque depois que a cópia digital é feita, é necessário fazer a cópía na expositora com lâmpadas ricas em UV. Mas durante a exposição o oxigênio que obviamente está dentro da expositora atrapalha a luz tornando-a suficientemente difusa não permitindo que a cópia ocorra 1:1 ou seja, que toda a área removida pelo laser, seja endurecida exatamente igual. Mas o oxigênio não permite. Portanto a solução óbvia é de alguma forma não deixar que o oxigênio participe no momento da exposição.

A Kodak foi a pioneira no Brasil lançando o Nx que é hoje a que tem maior divulgação e já é usada pelas empresas. A tecnologia desenvolvida pela Kodak envolve laminar uma película sobre a superfície do fotopolímero depois da cópia a laser e naturalmente não terá oxigêngio atrapalhando. Daí, executa-se a exposição principal e então a película é removida. Para fazer a laminação é necessário um equipamento e, portanto, acrescenta mais uma operação ao processo de gravação de clichês.


Fig.03 - Laminadora Kodak

Mas o resultado é excelente, visto que cria o famoso flat top dot e permite melhor definição do ponto impresso (Fig.04).

Fig. 04 - Microfotografia do ponto achatado.

Fig.05 -Comparação entre as tecnologias
A Flint Group também lançou o NExT, mas sem o sistema de laminação. Nesse caso o segredo está na luz da expositora que emite uma radiação UV forte e que inibe o oxigênio (Fig.06)

Fig. 06 - Comparativo NExT
No final de 2010 a MacDermid lançou o LUX que também necessita do processo de laminação semelhante ao da Kodak com clicherias utilizando o sistema.

Por fim a DuPont anunciou em abril desse ano o DigiFlow, mas ainda não chegou no Brasil até a presente data. É interessante que a DuPont já tinha esse sistema desenvolvido para o processo de chapas para papelão ondulado chamado de Digicorr. O Digiflow é diferente de todos os anteriores cuja diferença é a inclusão de uma câmera que permite a criação de uma atmosfera inerte (isenta de oxigênio) durante a exposição principal, através do fluxo de nitrogênio na chapa.

RESUMO DAS TECNOLOGIAS DISPONÍVEIS PARA FLAT TOP DOT

TECNOLOGIA
FABRICANTE
COMO FUNCIONA
O QUE SE REQUER
Flexcel Nx®
Kodak
É aplicada uma película via laminação na placa
Equipamento de laminação e películas.
nyloflex® NExT
Flint Group
É usa do uma fonte de luz UV especial. Essa radiação é tão forte que fará cópia de relação 1:1 inibindo o efeito do oxigênio.
Tem-se que fazer um upgrade no equipamento de cópia trocando ou adicionando lâmpadas apropriadas.
LUX®
MacDermid
Aplicação de película via laminação.
Requer equipamento para laminação e película.
Cyrel® DigiFlow
DuPont
Inserção de Nitrogênio para inibição do oxigênio durante a cópia
Adaptação da copiadora com uma câmara especial para inserção do Nitrogênio
Tabela Flexoshopping.com

E o HD Flexo nessa história toda?
Faço questão de falar aqui sobre o HD Flexo. Com toda a confusão que novas tecnologias criam na cabeça das pessoas, muitos confundem e acham que o HD Flexo está no mesmo calderão da tecnologia Flat Top Dot. Porém, o HD Flexo é outra tecnologia e consistre de um software de propriedade da ESKO e com a parceria com a DuPont. O software foca as áreas mínimas na chapa criando mais definição da imagem com mais pontos intermediários (veja Fig. 07). O HD Flexo pode ser utilizado com qualquer das tecnologias que foi descritas acima, porque é algo definido antes e executado na cópia digital. É claro que com as tecnologias Flat Top Dot vai ao encontro e sem dúvida ajuda para que os pontos fiquem mais precisos ainda.

Fig. 07 - Microfotografia HD Flexo
Portanto, caros leitores, espero que esse pequeno artigo ajude a todos a entender qual a diferença entre as tecnologias e principalmente não confunda o HD Flexo como parte das tecnologias Flat Top Dot. Qual a melhor ou qual vai prevalecer? Difícil dizer, mesmo no caso dos processos em que envolve a laminação, porque o resultado pode compensar. Veja abaixo o Fluxograma com a laminação (Fig. 08).

Fig. 08 - Fluxograma quando é necessário laminar